É facto consumado que, para sermos submetidos a uma operação, é necessário que sejamos, antes da mesma, anestesiados (excepto se formos, claro, algo masoquistas). É de conhecimento geral, também, que quando estamos sob efeito de substâncias anestésicas, não sentimos qualquer dor no momento em que vamos “à faca”. Aliás, até dormimos aquele desejado sono profundo enquanto nos mexem nas vísceras. O que não sabemos, porém, é que se não fossem Paracelso - médico suíço do século XVI - e William Morton, hoje poderíamos sofrer muito, mas mesmo muito, nos momentos cruciais das cirurgias...
Autora: Manuela Almeida
Quem agora não se pode considerar ignorante nesta e noutras questões sobre a História da Medicina são as pessoas que estiveram presentes na apresentação do trabalho de Área de Projecto “Medicina Ontem, Hoje e Amanhã”, realizada na passada terça-feira e cujos anfitriões foram os vestidos-a-rigor e quase-comediantes Bruno Santos, Cátia Silva, Carla Ferreira e Sílvia Sousa, da turma B do 12º ano.
Para uma plateia modestamente preenchida, esta “aula” médico-histórica foi dada com muito boa-disposição e com o hercúleo esforço de dois elementos ao usarem sapatos de salto alto (o Bruno Santos e a Cátia Silva preferiram não agradar o público com possíveis quedas e tropeções).
A anestesia inicial foi dada através da visualização de um filme sobre os quatro integrantes do grupo que, segundo o único orador masculino, “foi muito intenso a realizar, tanto psicologicamente como fisicamente, e apresenta um simbolismo, através das plantas, muito belo e profundo”.
Seguiu-se, pois, a viagem pela “vida” da Medicina: desde a Era Primitiva, em que o Homem utilizava pedras pontiagudas para fazer aberturas no crânio; à Era Antiga, em que o estatuto da medicina assumiu um valor mais importante; até à Idade Média, considerada uma época praticamente estéril em termos de evolução graças à influência da Igreja. Estas informações foram dadas com acompanhamento de vídeos ilustrativos e de carácter pedagógico. Segundo uma fonte que deseja permanacer no anonimato, foi garantido ao AGORA NÓS que os actores que participaram nestas curtas-metragens foram os próprios elementos do grupo. Ao ser inquirida sobre esta questão, Sílvia Sousa preferiu não comentar.
Acordados da anestesia e chegados ao Presente, grandes personalidades foram relembradas, sendo Leonardo da Vinci e Egas Moniz apenas dois exemplos daqueles que tiveram um papel muito importante na evolução da Medicina. Com a ajuda de um portátil cedido pelo Conselho Executivo da Escola Secundária Serafim Leite, um NoddyAsus, foram abordados assuntos mais recentes tais como a engenharia genética, a fecundação artificial, o transplante de órgãos e a Bioética.
Este trabalho realizado durante o corrente ano lectivo mereceu, igualmente, uma reflexão sobre o que será a Medicina no Futuro. A vidente Dama ApiBuh, cara muito conhecida do público europeu, fez questão de estar presente, oferecendo ao espectadores uma sessão ao vivo.
Outros acontecimentos igualmente importantes
Como já foi referido, a animação subiu ao palco do auditório dos Paços da Cultura e teve o seu momento auge - segundo um questionário feito pelo AGORA NÓS – quando, após a leitura (nada) extensiva dos cursos superiores na área da medicina em Portugal (escritos, de referir, num rolo de papel higiénico marca LIDL), os oradores galantearam o auditório com uma exigente coreografia que comparava, numa linguagem simplista, a nossa cabeça ao norte do país, a bacia ao centro, os pés ao sul e as mãos às ilhas. A autora desta coreografia, como afirmou Cátia Silva numa conferência de imprensa que se seguiu à apresentação, “é aquela que já apareceu nos anúncios da Nike. 'Tão a ver? Aquela... tipo coiso... aquela... Sim? Tipo, a moça dança “bué” e faz altas cenas tipo cambalhotas, mas ao contrário!! Sim? Não? Talvez? What the hell, “gotta” go people, peace!”
Nesta mesma conferência de imprensa, foi dito que o referido trabalho deu “imenso gozo a fazer” e que “o pior mesmo foi escolher a cor do baton para a Carla Ferreira e para a Dama Apibuh que só gostam de vermelho-maçã-do-éden”.
A coordenadora do projecto, professora Rosa Pinho, confessou que se sentiu imensamente orgulhosa pois estava com receio de que o grupo utilizasse uma “linguagem brejeira, isto é, o calão usual deles!”.
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